Aparecida Ramos - Prosa e Verso
Palavras que a alma e o coração não calam.
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Pedido de desculpa...
 é o mínimo que nós devemos. Trata-se de um ato relevante, nobre. Significa que temos humildade suficiente para reconhecer nosso erro; que estamos arrependidos e determinados a pedir perdão pelo dano que causamos. Porém, não é por qualquer motivo que devemos pedir desculpa. Algumas atitudes nossas são inerentes à nossa alma, à nossa essência, por isso nada tem de errado. Precisamos compreender isso e parar de pedir desculpa por algo que não temos nenhuma culpa.

Entretanto, existem pessoas que pedem desculpas demais... Já parou para refletir sobre isso? 
Sabia que até pedir desculpa pode uma atitude errada, às vezes?
Desculpar-se repetidas vezes pode significar assumir os erros da outra pessoa. Também pode significar que não estamos arrependidos verdadeiramente. E isso é ruim, porque pode nos levar a repetir as mesmas faltas.

 
Nunca peça desculpas por:

Amar alguém
Nunca diga “me desculpe por ter me apaixonado por você”. O amor é involuntário. Nós não somos capazes de mandar em nosso coração e decidir por quem ele vai se 
apaixonar. Poucas pessoas são realmente capazes de amar, por isso se você tem a capacidade de amar, não deve se envergonhar dela nem pedir desculpa por isso. Pode ser que a sua paixão não seja exatamente conveniente, nós sabemos que nem sempre nos apaixonamos por alguém que esteja disponível, mas não peça desculpas por sentir um sentimento tão nobre quanto o amor.
Dizer não
Muitas pessoas têm dificuldades em dizer não, e fazem isso porque têm medo de desagradar ou aborrecer os outros. Quando você diz que sim quando genuinamente queira dizer que não, você está se autosabotando. É um desrespeito com as suas vontades e suas limitações. Outros dizem que não, mas depois sentem-se culpados e pedem desculpas. Não faça isso, tenha respeito pela sua opinião, pela sua vontade e sua essência. Grandes líderes e pessoas fortes têm que saber dizer não (e também ouvir o não).
Perseguir um sonho

Todos nós devemos perseguir os nossos sonhos, por mais que eles parecem bobos ou impossíveis.  Ir atrás de um sonho é o que nos move, o que nos torna vivos. Não importa quantos anos você tem e se você já tem outra carreira, seguiu outros caminhos. Nunca peça desculpa por querer seguir aquilo que vive nos seus desejos mais íntimos.
Tirar um tempo só para você
Quando você tira um tempo só para você, para cuidar de si mesmo, das coisas que você gosta, sem pensar nos outros, você se sente mal? Então você está pedindo desculpas por algo que não deveria. Isso não é ser egoísta, isso é valorizar a si próprio. Todo mundo deve fazer isso com alguma frequência.  Dedicar a si mesmo é a aprender a se compreender, se aceitar, se gostar, não importa o que os outros digam.
Escolher suas prioridades

Algumas pessoas juntam dinheiro para comprar uma casa, outras gastam dinheiro em viagens. São prioridades diferentes. Nunca peça desculpa por não suprir as expectativas dos outros quanto às suas escolhas. Quem decide o que você faz ou deixa de fazer é você e sua consciência. Não peça desculpas por fazer o que acha que é importante para você. Quem te ama de verdade irá entender a sua decisão.

Lutar pelo que você acredita
Se você luta pelas suas crenças, sua moral, sua ética, seus valores, por aquilo que você considera correto, não peça desculpas por isso. Você deve sempre abrir a cabeça e entender o lado do outro, mas defender o seu ponto de vista é sinal de determinação e liderança.

Por não saber a resposta
Ninguém possui o conhecimento pleno de tudo. Nosso cérebro é seletivo, ele capta e absorve aquilo que considera necessário, mesmo que uma informação seja importante para nós, podemos acabar esquecendo-a. Quando não nos lembramos de algo, devemos ser capazes de admitir isso, mostrando sinal de humildade. Mas não precisamos pedir desculpa por não saber a resposta, o melhor é dizer “eu sinto muito, mas não sei”. Pedir desculpas e sentir muito são opções bem diferentes.
Ter grandes expectativas
Quando você tem grandes expectativas quanto a alguém ou a alguma coisa, isso mostra que você é um otimista. Isso pode te caracterizar como uma pessoa que não tem os pés no chão e que por isso coloca expectativa demais e acaba por se frustrar. Podemos tirar das frustrações grandes lições para controlar os nossos desejos e expectativas, mas não peça desculpas por acreditar, por sonhar que vai dar certo, por enxergar mais à frente como tudo pode ser bom e se concretizar da maneira que você espera.
Pelas suas imperfeições
Atenção: não estamos tratando dos nossos erros. Quando nós erramos e magoamos os outros com nossas atitudes, pedir desculpas é o ato mais nobre que podemos ter. Estamos tratando das nossas imperfeições, ou melhor, o que dizem que são imperfeições. “Me desculpe por não ser mais delicada”. “Me desculpe por não ter te ligado”. “Me desculpe se sou pouco romântico”. “Me desculpe por não me encaixar no estereótipo da mulher perfeita”. Esses não são erros, são características que nos tornam únicos, não devemos nos envergonhar nem nos desculpar por sermos quem somos. Ninguém é perfeito, são nossas “imperfeições” que nos tornam originais. Abrace-as e aceite.
Por dizer a verdade

É preciso ter cuidado ao dizer a verdade, porque muitas vezes a verdade pode ser um fardo difícil de aceitar. Mas é preciso dizê-la. Melhor uma verdade inconveniente do que uma mentira que agrada, mas é falsa. É preciso ter cuidado com as palavras, para não ferir as pessoas com as nossas verdades. Já ouviu a frase “palavras duras em voz de veludo”? Sim, elas são reais e necessárias, pois nos abrem os olhos para o que é de verdade, mas ditas em voz de veludo, para não ferir mais do que o próprio significado da verdade já o faz. Pessoas fortes dizem a verdade a quem amam, por mais que este não seja o caminho mais fácil.

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Diz o ditado: “quem bate esquece, quem apanha, não”. E a coisa é mais ou menos por aí. A ferida sentida em quem apanhou nunca será percebida da mesma forma por quem a provocou. Nem sempre um pedido de desculpa ressarce o dano. Uma quebra de confiança por exemplo, é uma mácula que dificilmente é apagada na sua totalidade.
 
A história do “vidro quebrado não se cola” é aplicável em casos mais graves. Existem erros fatais que determinam o fim de relações promissoras, tanto no campo do amor, quanto da amizade ou profissional. Há condutas que são tão destrutivas que o pedido de desculpa fica insuficiente. É como atirar uma pedra contra uma vidraça e trazer um durex para restaurar o estilhaço.
 
Aqueles que pretendem dar vida longa e saudável às relações precisam avaliar os impactos da ação antes de atuar de maneira inconsequente. É importante ressaltar que os prejuízos emocionais são sempre os mais difíceis de serem pagos, visto que, nesse caso, desculpar não depende só de uma pessoa, é preciso que o causador do dano tenha o “comportamento dos arrependidos”, o que nem sempre acontece.
 
Há pessoas que demonstram-se mais preocupadas consigo do que com quem lesou. Querem ser desculpadas a qualquer custo e julgam de “egoísta” ou “sensível demais” aquele que está com dificuldade de perdoar. Por outro lado, a vítima se martiriza e acaba desculpando, tanto pela pressão quanto pela culpa que sente. 
 
Mesmo com todo o contexto confuso, é preciso tratar os fatos no campo real, e não no ideal. A idealização sabota a realidade. Indivíduos que mesmo sendo advertidos continuam cometendo erros de igual teor, já não estão mais “errando” e sim demonstrando sua total despreocupação com quem está ferindo.
 
A reincidência revela um padrão comportamental. Há um ditado popular que diz: “quem errou a primeira vez, não significa que irá errar a segunda. Mas quem errou a segunda, provavelmente irá errar a terceira vez”. Pessoas com condutas repetidas dificilmente mudarão seu comportamento frente a um pedido de desculpa.
 
Não devemos tratar as falhas alheias nem com tanto rigor nem com tanta misericórdia. Há um ponto de equilíbrio onde a maturidade e o amor próprio devem encontrar seu lugar. Um bom palpite é observar o comportamento de quem se diz arrependido. Há aqueles que se sentem verdadeiramente arrependidos, são bem intencionados e fazem de tudo para não repetir a postura que magoa – a maioria das vezes conseguem. Porém, há quem se arrepende por oportunismo, um arrependimento estratégico que visa não perder confortos ou regalias. Estes costumam teatralizar um remorso que não sentem, às vezes choram ou até se humilham em busca do perdão, mas não mudam, pois no fundo são prepotentes e acreditam que merecem ser desculpados de todos os erros. 

Simone Demolinari

 
 
Aparecida Ramos, Simone Demolinari e Internet
Enviado por Aparecida Ramos em 13/12/2018
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