De coração partido

Senhor, eu não entendo esse mundo!
Eu não compreendo o egoísmo do ser humano!
Eu não entendo para que serve a ambição, o egoísmo e o poder desenfreado!
Eles parecem que não têm almas, não tem
coração... São (des)humanos!
Onde estão as leis de proteção à pessoa?
Onde estão as garantias de futuro, de perspectivas de vida para essas criaturas?
Toda pessoa deve ou pelo menos deveria
ter direito à vida e à dignidade!
Onde estão vocês, governantes incompetentes
para lidar com o drama dessas famílias
que sofrem mundo à fora?
Por que ainda estão à frente do poder, se
não estão a serviço também dessa população?
E se fossem seus filhos, seus familiares?
***
Óscar Ramírez, 25 anos, um jovem pai que não teve o direito de viver  e trabalhar para
criar sua amada filhinha junto com sua
esposa Vanesa.
Angie Valeria, uma bebê de apenas 1 ano e 11 meses, impedida de crescer, conhecer seus familiares, ter amiguinhos/as, brincar,
estudar, amar, ser amada e ser feliz!
Sou humana e sei perdoar sem dificuldade alguma, mas nesse momento de tamanha dor....
Eu não perdoaria Vocês, "culpados/as" por essa e outras monstruosidades!!
Óscar e Valeria... o mundo não teve lugar para vocês, assim como não teve e não tem para tantos outros milhares e
milhares e milhares!!!
Meu coração está de luto por Vocês!
***

Minhas lágrimas diante dessa cena dolorosa nada significa perto da aflição, do medo e da dor que esse pai sofreu no momento em que sentiu que sua filhinha iria morrer. Certamente, ele não pensou em si. Imagino que daria a própria vida, se pudesse, para que sua pequena sobrevivesse.
Qual é o pai que optaria por uma situação como essa?
Ramírez morreu porque sonhou, almejou algo simples e que todo mundo tem direito:
Trabalhar, poder alimentar sua família, ter sua própria casa, viver em segurança, enfim, ter dignidade!
Seria um sonho absurdo, impossível???
Senhor, conceda resignação e paz nos corações daqueles que perderam/perdem seus filhos queridos, nessas circunstâncias!
****____________****___________****
Caríssimos/as, perdoem-me por essa postagem tão triste!
www.isisdumont.prosaeverso.net

A morte de Óscar e Valéria, que se afogaram ao tentar atravessar para os EUA, acrescentou uma carga emocional ao debate político
 
A fotografia mostra os corpos de um pai e uma filha, de apenas 23 meses, abraçados na margem de um rio.
Óscar Alberto Martínez Ramírez e Angie Valeria Martínez Ávalos, de El Salvador, morreram afogados ao tentar atravessar o Rio Grande, na divisa do México com os EUA.
Na imagem, os dois estão deitados de bruço, com o rosto submerso na água - a menina está com o braço em volta do pescoço do pai, dentro da camiseta dele.

"Eu disse a ele para não ir atrás do sonho americano, que não era fácil cruzar a fronteira pelo rio", lamentou Rosa María Ramírez, mãe de Óscar, em entrevista ao jornal ElSalvador.com.

Os corpos foram encontrados na margem do Rio Grande, entre as cidades de Matamoros (México) e Brownsville (EUA).
A fotografia, que gerou forte comoção mundo afora, ilustra o drama de milhares de migrantes que arriscam a vida ao cruzar a fronteira em busca do chamado "sonho americano"
Muitos migrantes dizem que estão fugindo da violência e da pobreza em Honduras, Guatemala e El Salvador, e planejam buscar asilo nos EUA.
Especialistas que criticam a política migratória do presidente americano, Donald Trump, sugerem que a abordagem linha dura está levando os migrantes a escolherem rotas mais perigosas para fazer a travessia.
Em busca do 'sonho americano'
Óscar, de 25 anos, e a filha Angie Valeria morreram afogados no último domingo, enquanto tentavam atravessar de Matamoros, no norte do Estado mexicano de Tamaulipas, para o Texas.
A imagem dos corpos foi registrada pela jornalista Julia Le Duc e publicada inicialmente no jornal mexicano La Jornada.
De acordo com a publicação, Óscar e a mulher, Tania Vanessa Ávalos, de 21 anos, decidiram deixar no início de abril a região de Altavista, no sul de San Salvador, com a ideia de migrar para os Estados Unidos.
O casal teria parentes em Dallas, no Texas, que teriam garantido que conseguiriam emprego por lá.
Sendo assim, Óscar largou o emprego na pizzaria em que trabalhava e foi com a família para o norte.
"Implorei para eles não irem, mas ele queria juntar dinheiro para construir uma casa", disse Rosa Ramírez, mãe de Óscar, à agência de notícias AP.
Segundo Rosa, os três passaram várias semanas no abrigo para migrantes em Tapachula, Chiapas, no sul do México, onde conseguiram um visto humanitário.
Em seguida, foram para o Estado de Tamaulipas, bem na fronteira com os EUA, e ficaram aguardando uma entrevista para pedir asilo político.
Frustrados por não conseguirem ser atendidos, decidiram atravessar o rio no último domingo.
"Eles disseram que estavam com medo de como ficaria a situação dos imigrantes com a pressão de Trump", contou Wendy, irmã de Óscar, ao jornal El Diario de Hoy.
'Ele voltou pela filha'
De acordo com o relato de Vanesa, eles foram até as margens do Rio Grande, na altura da cidade de Matamoros, com a ideia de atravessar para a cidade de Brownsville, no estado do Texas.
E procuraram um lugar calmo e tranquilo para fazer a travessia.
Óscar atravessou primeiro com a filha em seus braços. Depois de nadar um pouco, chegou à costa americana, onde deixou a menina.
Em seguida, voltou para ajudar Vanesa a cruzar o rio. Mas quando estava na metade do trajeto, percebeu que Angie Valeria havia se jogado na água atrás dele.
Ele voltou então para resgatá-la, mas ambos foram arrastados pela correnteza do rio.
Os corpos de Óscar e Angie Valeria foram encontrados na segunda-feira, no momento em que a foto foi tirada.
"O Rio Grande é muito forte. Parece um afluente suave, mas a verdade é que tem muitas correntes e redemoinhos", disse Julia Le Duc, a fotógrafa que fez a imagem, ao jornal britânico The Guardian.
"Já vi muitas imagens de corpos, mas esta me sensibilizou. Você pode ver que o pai colocou a filha dentro da camisa dele para que ela não fosse carregada", acrescentou.
Qual foi a reação?
A fotografia foi comparada a outras imagens que viraram ícones de tragédias ao redor do mundo - como a do menino Alan Kurdi, refugiado sírio de três anos cujo afogamento causou consternação internacional.
O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, afirmou em sua conta no Twitter que o governo vai assumir as despesas de repatriação dos corpos e custos do funeral.
"Um dia vamos terminar de construir um país em que a migração seja uma opção e não uma obrigação, enquanto isso vamos fazer o que pudermos. Deus nos ajude", escreveu o presidente.
A ministra das Relações Exteriores de El Salvador, Alexandra Hill, pediu aos cidadãos do país, por sua vez, que parem de colocar suas vidas em risco tentando migrar ilegalmente.

Mais informações no link:

https://www.bbc.com/portuguese/internacional-48769511
 
"O alto comissário da ONU para refugiados, Filippo Grandi, disse que os imigrantes mortos arriscaram suas vidas porque não conseguiram a proteção a que tinham direito conforme as leis internacionais.
“As mortes de Óscar e Valeria representam um fracasso em lidar com a violência e o desespero que empurram as pessoas a fazer jornadas perigosas pela perspectiva de uma vida em segurança e dignidade”, disse ele em um comunicado."
https://veja.abril.com.br/mundo/onu-foto-de-imigrante